Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão.Salmos 127:3

05/06/2012

Criança Cristã deve ou não participar de Festas Juninas ou Julinas?

Diante de tantas dúvidas e questionamentos sobre a participação ou não das  crianças crentes nas festas juninas, principalmente nas escolas onde estas são convidadas a participar de apresentações, quadrilhas e tudo mais; fiz uma pequena pesquisa sobre o assunto, e como fui ensinada no início da minha caminhada na fé que não devemos participar de tais ritos, resolvi postar aqui um texto dos quais li e achei mais interessante e explicativo. Dando os devidos créditos aos autores. Espero que possam auxiliar de alguma forma, se ainda houver dúvidas peça a Deus em oração respostas, tenho certeza que Ele lhe dará.Quero dizer ainda que tenho duas filha e um filho, todos em idade escolar, nunca nenhum deles participou de nada relacionado a festa junina, educadamente sempre aviso aos professores minha decisão por se tratar de algo pessoal e da minha posição religiosa. Sempre expliquei para os meus filhos o motivo deles não participarem de tais festas, por se tratar de um festa idólatra, apesar de se sentirem muitas vezes peixes fora d'água um vez que todos na sala de aula estão ensaiando, nunca ficaram doentes ou traumatizados, pelo contrário são crianças saudáveis e em comunhão com Cristo o único digno de nossa adoração. Desde pequenos eles precisam adquirir a identidade de crentes, já começando a distinguir o que provém de Deus o que é mundano, assim podem crescer em conhecimento e verdade e não em enganação. 




Afinal, permito ou não que meu filho participe de tais festas?
Essa é uma das perguntas que muitos pais fazem ao receber o convite da escola.
Para compreender um pouco necessitamos recorrer às raízes e entender como a festa é organizada.

Origem:
Existem diversas teorias sobre a origem destas festas:
- comemoração do dia de São João Batista.
- comemoração do dia de Santo Antonio.
- comemoração do dia de São Pedro.
- solstício de verão: (religiões pagãs).
- celebração à deusa Juno (em Roma).
- celebração à deusa Baltane (religiões pagãs).
- celebração a Dionísio (mitologia grega).
No Brasil, comemoram-se as festas aos santos João, Antonio e Pedro.

Data:
No decorrer dos meses de junho e julho.

Alguns Símbolos:
Fogueira: há duas teorias: para acordar os santos, e foi o que Isabel fez para avisar Maria do nascimento de João Batista, o São João.

Comidas típicas: também há duas teorias: é relacionada à celebração a Dioníso, deus da alegria, do vinho e das colheitas e relaciona-se ao folclore rural das festas na cultura brasileira.

Quadrilha: dança francesa trazida pelos portugueses ao Brasil e introduzida nas festas juninas.

Roupas típicas: lembra a caracterização rural, pois esta festa era muito comemorada no interior, com o êxodo rural veio para as cidades, fazendo com que estas festas se tornassem parte do folclore e da cultura brasileira.

Há ainda outros símbolos: balões, mastro de São João, dança das fitas, trovas e prosas, simpatias e adivinhações, casamento caipira. Para cada região há uma variedade de símbolos e comemorações nestas festas.

Nossa posição:Acreditamos que o nosso papel enquanto educadores cristãos não é proibir, mas sim, explicar a razão de tal comemoração e através da luz da palavra de Deus que é a Bíblia Sagrada mostrar que não devemos participar de tais comemorações (I Co 10.14-22). E somos da opinião de que devemos oferecer outras opções para nossas crianças e adolescentes, criar uma festa diferenciada (não exatamente uma "festa junina evangélica!" ou "festa de São João dos crentes!").

Nossas sugestões:
Uma sugestão é fazer a FESTA DE INVERNO em um local aconchegante, com comidas típicas da estação e talvez até desfiles de roupas da estação. Uma sugestão interessante também é montar um local para fotografar os participantes da festa com roupas e fantasias de inverno que a produção da festa deve disponibilizar. Não esquecendo de que esta é uma ótima oportunidade para reunir a família e até toda a igreja. Pode-se fazer também a FESTA DA ROÇA, com roupas típicas e comidas típicas do interior.

Fonte Daiani, blog  S.O.S Educador Cristão 


AS FESTAS JUNINAS E A LIBERDADE CRISTÃ



Por Rev. Misael Nascimento

Um cristão protestante pode participar de festas juninas? Três respostas têm sido dadas a esta pergunta. Primeiro, há os que dizem “sim”, uma vez que entendem as festas juninas como celebrações cristãs. Afirma-se, nesse caso, que estamos diante de festejos ligados a personagens bíblicos tais como João Batista, Pedro e Paulo e isso, por si só, legitima tais festas como integrantes do calendário cristão. Essa é a posição defendida pela Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).

Outros respondem com um absoluto “não”. Entendem que o modo como o Catolicismo Romano ensina sobre os santos não é bíblico. A Bíblia não prescreve nenhuma festa ligada aos profetas ou apóstolos, muito menos a nenhum ser humano canonizado pela igreja. Não há espaço para a crença em santos mediadores. Segundo as Escrituras “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Essa é a posição defendida pela maioria dos evangélicos tradicionais.

Uma terceira resposta inicia com um “não”, afirmando que os cristãos protestantes devem afastar-se das comemorações romanistas das festas juninas e, ao mesmo tempo, finaliza com um “sim”, abrindo espaço para a realização de arraiais gospel – festas caipiras evangélicas. Essa posição tem sido defendida por alguns evangélicos.

Aqui é recomendável lembrar as palavras do apóstolo Paulo:

Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo. Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou provocaremos zelos no Senhor? Somos, acaso, mais fortes do que ele? (1Co 10.14-22).
Um dos fatos a destacar é que, no texto em questão, Paulo trata da participação dos cristãos em refeições realizadas no contexto de rituais pagãos (Bíblia de Estudo de Genebra, 1. ed., 1999, nota 10.14, p. 1357). Sua convicção é que o cristão não deve participar de coisas ligadas à idolatria; tal ligação, em última instância, corresponde a uma “associação” com os demônios. Para o apóstolo, o problema era que os crentes, ao comer alimentos oferecidos aos ídolos, depreciavam sua comunhão com Deus na Santa Ceia, ou seja, agiam de modo inconsistente com a aliança, e, deste modo, provocavam o “zelo” do Senhor (1Co 10.18-22).

Isso pode ser transposto à questão das festas juninas por meio de um argumento de quatro pontos, qual seja:
  1. A veneração aos santos da ICAR, por ferir não apenas a recomendação de 1Timóteo 2.5, mas também Êxodo 20.3-6, é idolatria.
  2. As festas juninas, ligadas à veneração dos santos romanistas, são idólatras.
  3. O cristão, de acordo com 2Coríntios 10.14, deve fugir da idolatria.
  4. Portanto, o cristão deve fugir das festas juninas.
Anteriormente eu entendia que não havia problema em uma criança participar dos festejos juninos de sua escola. Hoje penso que o melhor é os pais explicarem a essa criança as razões pelas quais ela não participará da festa junina. É mais instrutivo, bíblico e edificante.

Mas, o que dizer da “alma caipira” que reside em nós, que nos motiva a acender fogueira, assar mandioca e batata-doce e comer bolo de fubá? Qual o problema, por exemplo, de realizar uma noite caipira ao som de modas de viola e, quem sabe, até brincar inocentemente de quadrilha evangélica? Ou criar uma “Festa dos Estados”, com barracas de comidas típicas ou algo semelhante, quem sabe até como estratégia para atrair visitantes?

Inicialmente, declaro meu respeito aos colegas pastores e irmãos em Cristo que não enxergam problemas na realização desse tipo de atividade. Eu mesmo já acreditei que isso podia ser feito sem prejuízos para o testemunho cristão e fiz isso de muito boa fé, com a alma sincera diante de Deus. No entanto, mudei de posição. Hoje, creio que a produção de versões evangélicas de festas juninas não é recomendável por algumas razões. Primeiro, porque estamos saturados de versões gospel de tudo: Temos uma quase inesgotável lista de práticas e “produtos” gospel. É preciso compreender que não fomos chamados a imitar o mundo e sim a transformá-lo (1Jo 2.15-17).

Em segundo lugar, há outro problema denominado associação. É possível que, ao participar de uma festa junina gospel, sejam feitas associações com o evento original, de origem e significado idolátricos – queiramos ou não, festas juninas estão ligadas às crenças da ICAR. Cristãos sensíveis podem sentir um desconforto inexplicável diante disso. Visitantes interessados na fé protestante exigirão explicações mais detalhadas sobre as razões da realização de tal noite caipira “calvinista”.

Sendo assim, parece-me mais adequado considerar as festas juninas evangélicas entre aquelas coisas que o apóstolo Paulo chama de lícitas, mas inconvenientes e não-edificantes (1Co 10.23). Nessas questão, pensemos primeiramente nos interesses do corpo de Cristo, e não nos nossos (1Co 10.24). Não sou contra comer bolo de milho, ou canjica, ou pé-de-moleque. Gosto de batata-doce assada na brasa e me delicio com um bom curau e uma música caipira de raiz. Desfrutemos dessas coisas, porém, na privacidade de nossos lares ou fora do contexto de festas caipiras nos meses de junho e julho. Não porque tais iguarias sejam pecaminosas em si, mas para evitar associações indesejáveis.

Somos livres para participar de festas juninas? Não. Ao participarmos de tais festas, nos ligamos em idolatria. Devemos realizar eventos caipiras gospel? Devemos participar de tais atividades? Também não. Nesse segundo caso, não porque haja idolatria envolvida, mas porque há o perigo de associações indesejáveis. O ideal é que fortaleçamos nossa identidade cristã, bíblica e protestante, desvinculando-nos de qualquer aparência do mal (1Ts 5.22).

Fonte: Misael Nascimento Via: Ministério Batista Beréia